Todos nós já fomos abordados por um daqueles incómodos, mas esforçados, vendedores de cartões de crédito, que pululam nos supermercados e grandes superfícies… Não há muitas pessoas que – como eu – não tenham um ou mais, desses cartões, tal tem sido a pressão mediática e das máquinas de marketing. E se há país no mundo onde esses cartões são mais hiperabundantes, este é os EUA…
A crise nos EUA teve muito a ver com padrões excessivos de Consumo, não sustentados na produção de riqueza e assentes em níveis de endividamento insustentáveis a curto prazo. As empresas financeiras responderam ao quase colapso do mercado dos empréstimos de consumo aumentando o nível de exigência, aumentado as taxas e reduzindo os plafounds dos cartões de crédito. De forma tardia, a indústria do Crédito lá se vai adaptando aos excessos do passado recente…
Até ao final do anos, um corte total de 20% nos plafounds dos cartões de crédito disponíveis nos EUA será feito e mais de metade destes cartões – contas inativas – será cancelado até 2010. Em fevereiro de 2010, entra em vigor a lei que obriga as empresas de crédito a serem mais transparentes e aumentarem as taxas, cobrando obrigatoriamente anuidades… Estima-se que estas medidas – já antecipadas por boa parte das empresas do ramo – reduzam para metade o número de cartões disponíveis nos EUA, que atualmente corresponde a uma absurda proporção de… Cinco para cada norte-americano!
Um tal caminho, sempre em direção a níveis de endividamento crescentes, teria que inevitavelmente acabar por dar na crise financeira e, depois, na recessão atual. É impossível continuar a viver neste tipo de sociedades onde o consumo crescente é alimentado pelo endividamento constante. O Ocidente tem vivido desde a década de 90 de endividamento das famílias e das empresas, para suportar as importações do Oriente. A recessão atual, com a consequente retração do crédito pode criar agora condições para interromper este ciclo vicioso: consumo – dívida. Nos EUA estes sinais são encorajadores… Talvez agora os consumidores ganhem consciência de que não podem continuar a consumir aquilo que não podem pagar com os seus rendimentos… As empresas de crédito, essas, parecem ter já percebido que se querem sobreviver, têm que ser mais contidas… Esperemos agora que o exemplo frutifique no resto do mundo.
Fonte:
http://aeiou.expresso.pt/o-fim-dos-cartoes-de-credito=f533277
E’ preciso dizer que entre um cartao de débito que uso para pagar as compras hoje cujo montante sai directamente da conta na hora e entre um cartao de crédito que uso hoje e o dinheiro só é retirado daqui a um mes sem qualquer cobranca de juro desde que haja dinheiro na conta, obviamente eu escolheria o cartao de crédito. O dinheiro pode estar a render juros durante mais tempo se utilizar um cartao de crédito nestas condicoes além da proteccao: se fizer compras com este tipo de cartao, caso a companhia a quem comprei bens vá á falencia é possivel ter o dinheiro de volta, já o mesmo nao acontece com cartao de débito.
Nos USA as pessoas aproveitaram-se das facilidades de usar crédito e os gestores/bancos fizeram um mau trabalho, eles é que deviam ser penalizados.
Já em Portugal o problema é que cartao de crédito é sinónimo de pagar juros e obviamente ninguém se quer sujeitar a isso a nao ser que seja extremamente abastado…