O Sistema de Educação e o Trabalho em “Sanderson of Oundle”
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“E quererá também que toda a oficina passe a ser uma escola (…) que se não esmaguem as faculdades superiores do operário sob o peso e a monotonia de tarefas sem interesse e sem vida; que se faça a clara distinção entre o homem e a máquina; que, finalmente, se ajude o trabalhador a encontrar na sua ocupação, em todas as ideias que a cercam e a condicionam ou que ela própria provoca, o Bem Supremo da sua vida e da vida dos outros.”
A vertente prática do ensino da escola, a necessidade imperativa de transferir para a “oficina” (entendida aqui como o local onde se realiza o trabalho físico e material) a essência de um processo de aprendizagem, é um dos cernes fundamentais da visão agostiniana do sistema de educação. Em lugar de longos e densos programas curriculares, observamos aqui uma vontade de simplificar e de transferir da academia e das salas de aula para os locais de trabalho, para estágios práticos, para opções de estudo que dependem em primeiro lugar do particular interesse ou vocação dos alunos e bem menos de teóricas e abstractas visões pedagógicas.
Mas não são somente os alunos que devem partir para as “oficinas”… São também os trabalhadores das “oficinas” que devem partir para as escolas. Melhor ainda, são as escolas que devem entrar nas oficinas. Se os planos curriculares formais devem ser reduzidos à sua expressão para básica e fundamental, contemplando apenas o ensino da matemática, das artes e da língua portuguesa, num quadro que o Professor arquitectou num outro seu texto, então, todas as demais vertentes teóricas e práticas do conhecimento humano serão propagadas nos locais de trabalho, nas empresas, nas organizações públicas, nas associações sem fins lucrativos, nos diversos órgãos de soberania e do Estado. Estes estágios práticos farão com que existam cruzamentos de experiências nestas “oficinas”, mutuamente frutuosos onde todos aprenderão com a multiplicação de experiência e saberes.
A segunda parte desta citação de Agostinho alude a outro dos pontos centrais da sua visão da sociedade futura: a supressão do trabalho repetitivo, mecânico e intrínsecamente desumano no Homem. Se a natureza soube encontrar para o Homem um cérebro, capaz de perguntar pela natureza das coisas e descobrir os processos que regem as suas relações, então o Homem tem o dever de o utilizar. É este cérebro, esta fonte de infinitas potencias criativas que não pode ser empregue de forma a reduzir a condição humana à de escravo, de simples, passivo e obediente executante de ações físicas repetitivas, que não requerem e que até coexistem mal com o pensamento, o raciocínio e a criatividade. Qualquer forma de Trabalho que implique a monotomia da sua ação, a repetição infinita de tarefas, divididas em minúsculas parcelas até um ponto de fragmentação tal que o operário perca a visão de conjunto daquilo que está de facto a produzir deve ser suprimida. Estas tarefas serão sempre mais eficazmente executadas pelas máquinas e hoje, a tecnologia cibernética e informática já consegue efetivamente fabricar engenhos capazes de satisfazer este tipo de necessidades das fábricas e dos escritórios. Libertos destas tarefas, os Homens poderão dedicar-se a tarefas mais úteis, produtivas e criativas. Não alude aqui Agostinho a uma criatividade especulativa pura já que acreditava “nunca ter havido filosofia portuguesa, com excepção de Espinosa”, sem contudo a excluir explicitamente. Nesta passagem do texto agostiniano há – acreditamos nós – uma referência a um tipo de criatividade e engenho de pensamento prático “todas as ideias que o cercam” e que se é exercido no âmbito concreto e prático que rodeia o ambiente laboral onde o Homem se movimenta. Se o trabalho for consistente com a vocação e o interesse pessoal do trabalhador. Se este se sentir identificado e realizado no seu local de trabalho e se neste existirem condições para que exista um clima propício para a criatividade esta acabará por natural florescer e de fazer desenvolver os seus frutos, aumentando a eficácia e encontrando novos processos mais produtivos que aumentem a saúde económica das suas organizações, produzindo simultaneamente trabalhadores motivados e seres humanos realizados.
Não temos necessidade sabre tudo,mas temos a necessidade sabre aquilo que no momento nos intereça.A curiosidade e o tempo livre são a maior alavanca para criatividade do homem.Assim como vocação de fazer o que realmente gosta não pelo dinheiro mas porque gosta de fazer e o realiza e motiva.Quantos de nos fazemos papeis de maquinas não pensantes trabalhamos com altomatismos sem pensar sem ter oportunidade de usar a nossa criatividade.Vivemos num sociedade em quem tem um grande ordenado é quase sinonimo de ser “mais intelegente”.Quantos grandes ordenados andam por ai frustrados com seus canudos que não os realizão e não é por isso que são intelegentes.Porque o nosso sistema educativo não motiva poem demasiados muros a propria criatividade não se estuda aquilo que se gosta não tartica curiosidade de aprender apenas se impoem.Poem crianças a estudar coisas chatas quantos os devião deixar ser criança e aprederem quando tivesem curiosidade de aprenderem com gosto e motivadas.