Um grupo de estudantes neozelandeses, que passavam ferias no México, parecem ter sido infectados com o vírus da “gripe suína”. Esta nova e muito perigosa variante do vírus da gripe humana tem sido reportada em vários locais nos EUA e no México, país onde se registam já pelo menos 103 mortos e 11 nos EUA (Na fronteira e em Nova Iorque), com mais de 1600 infectados. A situação levou já vários países do mundo (Japão, Coreia do Sul, Canadá, entre outros) a recomendarem aos seus cidadãos que evitassem viajar para o México e a Organização Mundial de Saúde já emitiu um alerta internacional.
O vírus em questão é o H1N1, ou “vírus suína”, uma variante do “influenza A” e ainda que possa como a mutação teórica da “gripe das aves” ser combatida com o Tamiflu a taxa de morte atual (1 para 100) é muito elevada e o vírus muito mutante, o que causa ainda mais preocupação com uma forma mais letal que ele possa assumir numa nova mutação.
Dos 25 estudantes e professores neozelandeses, 14 revelam sintomas gripais, com 4 deles em situação de maior gravidade. Estando atualmente todo o grupo de quarentena, em casa. E pelo menos dois grupos de estudante norte-americanos também já revelaram sintomas, tendo estes contactado centenas de pessoas, nos EUA, o que faz aumentar o receio de que possa já haver focos locais da doença. A Cidade do México ordenou o encerramento temporário de todas as escolas e universidades. Estão atualmente internadas, em todo o México cerca de 1300 pessoas com sintomas gripais, desconhecendo-se destas, quantas terão o H1N1.
Este vírus é especialmente preocupante porque deriva diretamente de uma variante muito comum do vírus da gripe humana e porque foi capaz de infectar uma tão grande percentagem de alvos humanos jovens e saudáveis, como o grupo neozelandês. O vírus merece também muita preocupação porque se sabe que embora seja originário dos suínos, pode propagar-se aos seres humanos e sabe-se que pode depois expandir-se, mutando-se sempre, é esta maneabilidade que o torna difícil de combater e impossível de tratar por via de uma vacina.
Depois de todo o alarme criado no ano passado pelo “vírus da gripe das aves”, que muitos especialistas temiam que fosse mutar para uma variante humana (e ainda temem), não deixa de haver uma certa ironia no facto desta mutação perigosa estar a acontecer num dos animais que geneticamente mais próximo esta do Homem: o porco… O surto começou no México, o que é também uma grande fonte de preocupação, já que é um dos países mais populosos do continente americano e com um sistema de saúde público muito ineficiente. O México tem também uma longa e muito permeável fronteira com os EUA, assim como uma grande comunidade migrante neste país. Daqui, o vírus poderá rapidamente propagar-se – por via aérea – a outros países do mundo, já que os EUA são dos países centrais no trafego mundial aéreo de passageiros. Se na Idade Média, a Peste Negra levava décadas a passar da Crimeia às Ilhas Britânicas, hoje com o avião, uma “gripe suína”, letal e viral, pode rapidamente espalhar-se por todo o globo em poucas semanas… Por outro lado já há vários casos reportados em Espanha, país que alberga uma grande comunidade de emigrantes mexicanos e se o vírus se instalar em Espanha – devido à inexistência de fronteiras no Espaço Shengen – irá propagar-se rapidamente, estando Portugal, pela sua fronteira comum e pela intensidade de trocas comerciais e turísticas entre os dois países ibéricos, na linha da frente e um dos países que brevemente conhecerá também casos desta “gripe suína”.
Acompanhemos pois com muita atenção o que se passa no México com este H1N1 e recomendemos prudência a todos aqueles que conhecemos e que estavam a planear férias em território mexicano…
Fontes:
http://www.cnn.com/2009/HEALTH/04/26/swine.flu/index.html?eref=rss_latest
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1376818&idCanal=62
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