(O Dassault rafale… A minha escolha pessoal no F-X2)
O programa F-X2 brasileiro, reactivado em janeiro de 2008, depois da paragem do programa F-X1 em 2003, tem agora como objetivo equipar com 36 novos caças de 4+ geração a muito envelhecida FAB. O estado de obsolescência é flagrante, com apenas 12 Mirage 2000, construídos na década de oitenta a servirem como “ponta de lança” num continente onde a FAB já foi líder incontestada.
Atualmente, a FAB terá 37% dos seus 719 aparelhos no solo devido a problemas técnicos, provocados pela idade generosa da frota e pelo inclemente clima tropical do extenso país.
A situação da FAB não é tão grave, porque os Super Tucano e os AMX, nos seus nichos respectivos são bastantes competentes. Mas a frota de F-5 e os escassos (para a dimensão continental do país) Mirage 2000C não poderão jamais assegurar uma superioridade aérea suficiente em caso de conflito com a Bolívia, Paraguai ou Venezuela, países com os quais há tensões latentes.
Atualmente, a França, com o seu Dassault Rafale, parece bem posicionada para ganhar o F-X2. O deputado federal José Genuíno do PT declarou recentemente que “a França será sempre o melhor parceiro. No que respeita à Rússia, todos conhecemos as dificuldades e não sabemos o que vai acontecer daqui a dez anos e se seremos capazes de garantir peças sobresselentes. Os EUA, tradicionalmente, não transferem tecnologia… E nós queremos ter o preço mais baixo com a maior transferência de tecnologia possível.”
Este sinal de esperança é vital para a sobrevivência do Rafale. Depois de um sucesso estrondoso com as varias gerações de Mirage, a França viu perder uma sucessão de concursos internacionais no Marrocos, Holanda, Noruega, Singapura, etc)
O Rafale é também capaz de operar no porta-aviões São Paulo (ex-Foch), há uma longa experiência brasileira em operar aviões de caça franceses, como os Mirage III e agora, os Mirage 2000C. Isto permite algumas poupanças em peças e em treinamento. A França é também um parceiro estratégico e político de confiança, com interesses comuns no Atlântico Sul e com fronteira comum na Guiana Francesa. E sobretudo… Depois de tantos fracassos de exportação, os franceses estão mais motivados do que ninguém em oferecer um preço baixo e uma generosa transferencia tecnológica.
O Super Hornet Block II é um outro finalista do F-X2. O aparelho pode também ser utilizado a partir de porta-aviões, equivalendo-se ao Rafale neste aspecto, mas não é certo se poderia operar normalmente e sem limitações num pequeno NAE como o São Paulo. A versão Block II inclui o incrível radar APG-79 AESA, talvez o seu ponto mais interessante e a atual cotação (baixa) do dólar implica que o preço unitário do Super Hornet é atrativo. Contudo, o aparelho não é famoso pela sua performance aerodinâmica e o governo brasileiro (ver acima) já fez saber que não acredita que a Boeing queira (ou possa) fazer as transferências de tecnologias que serão cruciais para escolher o vencedor do programa.
O terceiro finalista é o JAS-39NG. Esta versão – ainda inexistente – aumenta o medíocre alcance do Gripen da versão atual, inclui um radar AESA e outras melhorias menores. A Saab promete ao Brasil uma participação direta no desenvolvimento e produção do Gripen NG, assim como uma generosa transferência de tecnologia (um dos pontos centrais do interesse brasileiro).
Pela capacidade operar a partir de um pequeno porta-aviões, como o São Paulo, pelo inferior custo unitário, pelo comparativamente maior alcance e independência tecnológica de vetos norte-americanos às exportações que também assolar o Gripen NG, com a sua tecnologia “made in USA” e, sobretudo pela disponibilidade em transferir tecnologia e em estabelecer parcerias estratégicas, a proposta francesa parece mais bem colocada que qualquer das outras… Veremos se este aparente favoritismo se concretiza ou não.
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