“De facto, e apesar de tudo, somos mais civilizados do que os outros povos na medida em que respeitamos o estrangeiro, o outro, abrimos-lhe os braços, envolvendo-o na nossa hospitalidade ímpar.
Donde, Portugal não tem razão para se envergonhar perante as restantes nações da Europa. Pelo contrário, temos muito para ensinar-lhes, para dar-lhes.
Isso é um pouco o Império do Espírito Santo.”
“Porto do Graal”, Lima de Freitas, Ésquilo.
Esta especial característica da portugalidade, presente também nas matrizes culturais de outras nações lusófonas é aquela generosidade que nos marca e que torna os portugueses especialmente solidários e da qual a grandeza da mobilização por Timor foi especial exemplo. Esta hospitalidade a que alude Lima de Freitas, que por vezes pode ser injustamente confundida com subserviência é, afinal, marca da diferença de temperamento e de mentalidade entre o português e o germânico. Se o último prioritiza critérios de eficiência e de geometria, o português prefere a convivialidade, a confraria e a humanidade. É a fraternidade humana e a universalidade que marcam toda a História de Portugal e que esteve por detrás do impulso do movimento dos Descobrimentos e Expansão. Neste contexto, a sanha canina da Inquisição e os desvios da Escravatura correspondem a uma doença mental de que sofreu a portugalidade e que resultou da infeção pelos princípios mercantilistas e desumanos importados a partir do norte da Europa.
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