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O modo como a educação está a ser conduzida vai em sentido contrário à visão humanista protagonizada pelo Padre António Vieira. A critica foi feita pelo coordenador científico do Congresso Internacional, que hoje terminou em Lisboa.
Em entrevista à Renascença, Leonel Ribeiro dos Santos explica em que medida este missionário jesuíta soube antecipar a globalização e foi um dos grandes impulsionadores da luta contra a escravatura e na defesa dos direitos humanos.
O padre António Vieira, diz Leonel Ribeiro, é um dos primeiro teóricos que percebe a globalização, que percebe que o mundo é aberto e os continentes se ligam. Para além da globalização, acrescenta, temos um intelectual, um missionário, um pregador, um jesuíta que foi particularmente sensível a esse problema, que deixou páginas de uma sensibilidade e grande crueza na acusação que fazia aos povos europeus pelo trabalho de escravização desumana a que submetiam os povos indígenas.
Padre António Vieira foi pioneiro também na luta dos direitos dos povos.
Se o Padre Antonio Veira comentasse a actual polémica entre docentes e ministra da Educação, ficaria muito surpreendido com o modo como os políticos hoje encaram o ser humano. Não privilegiam a pessoa, mas sim os cifrões, diz Leonel Ribeiro.
A grande mensagem do padre António Vieira para os nossos tempos será a de que devemos orientar as nossas intervenções, não para a mesquinhez do quotidiano, do curto prazo, mas para longos horizontes de humanidade.
A evocação do padre António Vieira no Congresso internacional que hoje terminou em Lisboa para assinalar o quarto centenário do seu nascimento.
ML/Domingos Pinto
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