Recordo um dos pontos das propostas para Portugal da secção portuguesa do MIL, na nossa Declaração de Princípios e Objectivos:
“XI – Redignificar, com exigência, os professores e todos os profissionais ligados à
educação, tornando esta e a cultura – não só tecnológica, mas filosófica, literária,
artística e científica – o investimento estratégico do Orçamento de Estado e da
governação. Os vários níveis de ensino visarão a formação integral da pessoa, não
a sacrificando a uma mera especialização profissional. Neles haverá uma forte
presença da cultura portuguesa e lusófona, bem como das várias culturas
planetárias. Um português culto e bem formado deve ter uma consciência lusófona
e universal, não apenas europeia-ocidental”
Este é um dos pontos que mais acarinho e que vejo mais conformes à nossa tradição histórico-cultural de povo em diáspora planetária. Resume algumas das motivações fundamentais do Professor Agostinho da Silva e deveria ser ponto de honra de todos os portugueses e lusófonos, em especial dos aderentes a este movimento. Exorto todos ao esforço por conhecermos melhor a cultura lusófona e aliarmos isso à abertura da mente e do coração às culturas planetárias, como forma de colhermos daí perspectivas renovadas sobre a formação integral do homem e a realização das suas superiores possibilidades. Sem isso não é possível cumprir o grandioso projecto de converter Portugal e a Lusofonia em mediadores do diálogo e harmonia entre todos os povos, culturas, civilizações e religiões do mundo. Sem isso não é possível criar um movimento de opinião e de pressão que leve os nossos responsáveis políticos e culturais a incluir estes imperativos nos currículos de todos os níveis de ensino, desde o primário ao superior. Sem isso não podemos fazer do MIL uma efectiva transformação das mentes e das vidas.
Para tal, proponho que os professores aderentes a este movimento criem um grupo de trabalho que elabore um projecto para a implementação deste objectivo no ensino público. A partir daí podemos inscrevê-lo na bandeira de uma reivindicação concreta e procurar apoio social para ela. Esta reivindicação deve surgir associada à da redignificação social, profissional e humana dos professores e de todos os profissionais da educação. Temos de inverter o processo bárbaro em curso que visa destruir a Cultura hostilizando os agentes da sua transmissão e fazendo da carreira docente, sobretudo no secundário, um tormento e uma sujeição a todas as tarefas menos a de aprender e ensinar. Alguém toma a iniciativa de se oferecer para a comissão coordenadora deste grupo de trabalho?
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