(O caso do “bolo-rei”: o mais famoso episódio de “fuga às perguntas incómodas” de Cavaco Silva)
“O Presidente da República considerou hoje que a Selecção Nacional está a fazer um “excelente” Euro’2008, manifestando-se “optimista” no desempenho da equipa treinada por Luiz Felipe Scolari, que, no seu entender, pode “ir longe”. “Estou optimista, sobretudo depois daquilo que vi nos jogos com a República Checa e com a Turquia. Acho que podemos ir longe, mas é preciso ter sorte. A sorte é muito importante no futebol”, afirmou Cavaco Silva, à margem da inauguração do pavilhão de Portugal na Expo’2008, em Saragoça, Espanha.
O Chefe de Estado respondia à pergunta de um jornalista sobre uma sondagem de um canal de televisão, que concluiu que os espanhóis preferem a selecção portuguesa à espanhola, o que levou Cavaco Silva a soltar um sorriso. “Quer a selecção espanhola, quer a portuguesa estão a fazer um excelente Campeonato da Europa. Penso que há uma boa relação hoje no campo desportivo entre Portugal e Espanha. Treinadores de Espanha estão às vezes em Portugal, jogadores portugueses estão às vezes em Espanha. Penso que esse intercâmbio é positivo”, afirmou o Presidente da República.”
Ora bem. Vamos a ver se compreendo. Esta longa e filosófica declaração sobre os andamentos do campeonato europeu de futebol contrasta vivamente com o patético episódio de há apenas dois dias de fuga aos repórteres que lhe buscavam a declaração sobre a mais grave crise nacional de que tenho memória, provocada pela greve dos camionistas. Uma crise que parou o país, esvaziou a maioria das bombas de gasolina, exasperou os agricultores, preocupou bombeiros e serviços de socorro médico, ameaçou parar a própria polícia e que mereceu do próprio Sócrates expressões de receio perante a fragilidade assim exposta do país, a Cavaco não merece mais do que uma fuga para a frente e uma gaffe “hoje temos que sublinhar a raça, o dia da raça”, mas perante o Futebol, já tem verno bastante para discorrer desta forma?
É para isto que precisamos de um Presidente da República?
Para fugir para debaixo do tapete (como o governo) em épocas de crise e ressurgir à superfície para filosofar sobre a natureza do jogo da Bola?
Se para o outro “esta não era a sua polícia”, para mim, este não é certamente “o meu presidente”…
Fonte:
http://euro2008.sapo.pt/sportmm/artigo/2173a0da888531d927b1e392af48cae9.html
todo esse comportamento era previsível. o professor sempre foi assim. a sua campanha eleitoral foi assim. não enganou ninguem!
LOOOOOOOOOOOOL
Abraços!
Viriato:
Bem… eu não me esqueço do discurso eleitoral de “fazedor”… algo que colidia com a lei nacional e que, logo, era um logro
M4Jor:
estamos a suportar a coisa com estoicismo, estou a ver ! 😉