(Cobertura metálica do novo cofre do reactor 4 de Chernobyl in http://arkiblog.net)
Finalmente, depois de décadas de hesitações e recuos, a central nuclear de Chernobyl vai ter um novo cofre para abrigar o seu famoso 4º reactor, o tal que explodiu em 26 de Abril de 1986… O cofre anterior foi construído à pressa, sobre a pressão do momento e sem qualquer tipo de preparação ou planeamento e à custa do sacrifício de muitos militares soviéticos que com tal deram a vida e pagaram o preço de uma morte atroz.
(Estado atual do cofre de cimento do reactor in http://blog.kievukraine.info)
(Equipamento militar radioactivo abandonado após ter sido usado na contenção do reactor in http://eyeball-series.org)
Ora o cofre atual começava a dar sinais da passagem do tempo… as fissuras acumulavam-se e a necessidade imperativa de construir uma nova protecção ao reactor acidentado era cada vez maior… O novo cofre foi criado para durar pelos menos cem anos. O projecto foi entregue pelo Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) ao consórcio francês Novarka e o projecto foi delineado por engenheiros franceses, precisamente aquele país que tem hoje a melhor tecnologia nuclear do mundo.
O novo cofre deverá custar perto de 1 bilião de dólares e foi financiado por vários países e vai consistir num arco de cem metros de altura com uma extensão de quase 250 metros e vai deslizar por um conjunto de ralis de forma a cobrir o cofre de cimento construído em 1986 o qual abriga o conteúdo perigoso de 200 toneladas de combustível radioativo. Uma vez coberto este cofre com mais de 20 anos, terá início a delicada tarefa de desmontar o cofre de cimento e chegar ao combustível radioativo de forma a extraí-lo do reator.
Os desafios impostos pela alta do preço dos combustíveis fósseis levaram muitos países a reforçar a produção eléctrica a partir de fontes nucleares. Tal foi o caso da França, que hoje produz assim 87% da sua energia e, mais recentemente, da Rússia que decidiu construir até 2020 sete novas centrais.
A tecnologia nuclear russa, entretanto, está a progredir e garantir níveis de segurança inéditos… Os seus últimos reactores têm “unidades de contenção”, construídas por debaixo do reactor e que devem servir como formas de recolher o conteúdo do reactor, em caso de fissão descontrolada (“meltdown”) do núcleo tendo sido o primeiro sistema destes instalado na central chinesa de Tianwan. Por outro lado, os reactores modernos são muito mais fiáveis que os da geração dos de Chernobyl, estimando-se que a probabilidade de um acidente seja hoje inferior numa parte de um milhão.
Fonte:
http://www.energy-daily.com/reports/Outside_View_Work_on_Chernobyl_continues_999.html
Que engraçado, não foi dita única palavra sobre a Ucrânia. Parece que o Chornobyl nem é uma tragedia ucraniana…
/…sacrifício de muitos militares soviéticos…/
e o sacrifício dos bombeiros ucranianos? Todos eles morreram em menos de um ano. E os moradores de Kyiv (capital da Ucrânia, 2.5 milhões de habitantes, 180 km do Chornobyl)???
Acho o artigo vergonhoso e tendencioso.
Jest:
Você sabe que na época os ucranianos serviam como bombeiros soviéticos e como militares soviéticos.
Tendo tido lugar este acidente na então república soviética da Ucrânia, obviamente que muitos dos que aqui sacrificaram a vida em prol de milhões de outros eram ucranianos.
Não reconhecer isso é sinal de má fé.
Muito bom esse artigo, parabéns!
Tento ler tudo sobre o desastre e nunca tinha escutado falar sobre esse novo sarcófago e achei interessante a proposta de construção de um novo, mas isso de desmontar o primeiro, aparentemente parece ser muito arriscado, pois 200 toneladas de material radioativo é muita coisa… Tenho receio disso dar um merda.
Ah… falando nesse acidente… O Discovery Channel fez um documentário que na minha opinião, ficou o mais completo de todos já feito, alguém assistiu?
Outra coisa. Posso copiar esse artigo para meu blog?
não vi, não… e tenho pena.
e é claro que está autorizado.
peço apenas que mencione todas as fontes, só isso.