(Vídeo da aproximação e atracagem do ATV na ISS)
(Vídeo oficial da ESA sobre o ATV)
O primeiro cargueiro europeu “Automated Transfer Vehicle” (ATV), com o nome muito apropriado de “Jules Verne” está agora atracado à Estação Espacial Internacional (ISS). O cargueiro vai trazer mantimentos vitais para os astronautas que trabalham em permanência na ISS e daqui a seis meses será usado para que o lixo resultante da ocupação normal da Estação seja destruído quando o ATV se soltar da ISS e cair controladamente sobre a Terra.
(Lançamento do ATV por um foguetão Ariane 5 ECA, da Guiana Francesa em 9 de Março de 2008 )
O ATV tem o tamanho aproximado de um autocarro de dois andares e é o projecto espacial mais ambicioso jamais executado na Europa. O veículo não-tripulado transporta mais de 7,5 toneladas de carga útil (6 toneladas de combustível interno, 270 Kg de água potável, 80 Kg de roupas, 500 Kg de alimentos e 136 Kg para o módulo laboratorial europeu Columbus ).
de água, alimentos e de outros consumíveis para os astronautas e 860 Kgs de combustível para elevar a altitude da ISS, compensando a perda de altitude de algumas centenas de metros que a Estação sofre todos os dias. No momento do seu lançamento, o “Jules Verne” pesava quase 20 toneladas, mas gastou algum combustível em diversas manobras de teste que realizou antes de atracar à ISS e o lançamento foi também ele um momento único, já que o ATV com as suas 10 toneladas foi a carga mais pesada jamais lançada pelo Ariane 5. O veículo tem uma área pressurizada de 50 metros cúbicos, quase a mesma área de um contentor comum.
Um dos maiores desafios com o ATV foi a concepção de um sistema de atracagem totalmente computorizado, um elemento tão importante do veículo que esteve, aliás, na origem da designação “Automated Transfer Vehicle” (“Veículo de Transferência Automática”). Os cargueiros russos Progress são guiados manualmente até à ISS e o mesmo acontece com os Shuttles da NASA, mas o ATV é capaz de atracar sozinho, de uma forma perfeitamente autónoma, graças a um sistema GPS até aos 280 metros da Estação, altura em que o resto do percurso é guiado por laser. O controlo desta tecnologia é essencial para a construção de grandes estruturas no Espaço, como, por exemplo, a nave que um dia levará os primeiros humanos para o Planeta Vermelho. Mas, como tudo o que constrói para o Espaço… O ATV tinha um sistema de emergência: se os astronautas a bordo da ISS encontrassem um erro na aproximação do veículo poderiam abortar a aproximação carregando num botão vermelho, fazendo o ATV retirar para uma distãncia segura. Um botão amarelo, imobilizaria o veículo no Espaço.
Conceber o ATV e construir o primeiro veículo terá custado perto de 1,3 biliões de euros. Daqui a alguns meses outros quatro ATVs serão lançados, cada um custando 300 milhões de euros cada, aproximadamente o mesmo preço que custou a missão “Mars Express” que ainda hoje orbita Marte. Estes cinco ATVs já estão contratualizados, mas a ESA espera lançar ainda mais dois antes de construir o último ATV. O ATV europeu será então descartado a favor de um veículo espacial que está a ser desenvolvido em conjunto pela Europa, Rússia e pelo Japão.
Este é o primeiro voo de um ATV, com as suas notáveis 20 toneladas e vai permitir que a Europa se torne um parceiro de pleno direito na ISS ao satisfazer uma das principais obrigações contratuais que assumiu aquando do acordo Rússia-Japão-EUA-ESA a propósito da construção de uma Estação Espacial Internacional. Quando, em 2010, a NASA retirar finalmente a sua envelhecida frota de Shuttles, o ATV será o maior cargueiro a abastecer a ISS e sem ele, a operação da Estação teria que ser muito reduzida. A grande capacidade de carga do ATV (três vezes maior que um cargueiro russo Progress) fez com que inicialmente os planeadores europeus considerassem a hipótese de o tornar habitável, mas essa opção foi descartada pelo sacrifício de carga útil que implicava, assim como pelo maior custo e duração do desenvolvimento, mas sobretudo porque então as negociações com a Rússia pelo desenvolvimento partilhado do Kliper já íam bem avançadas.
Fontes:
http://www.guardian.co.uk/science/2008/mar/10/spaceexploration.spacetechnology?gusrc=rss&feed=science http://www.guardian.co.uk/technology/video/2008/apr/03/atv.esa?gusrc=rss&feed=science
http://www.esa.int/esaMI/ATV/index.html
http://www.nasa.gov/mission_pages/station/structure/elements/progress.html
http://www.youtube.com/watch?v=0cyzgOCnWjQ
http://www.planetary.org/explore/topics/space_missions/mars_express/facts.html
http://www.esa.int/esaMI/Columbus/ESAAYI0VMOC_0.html
http://www.independent.co.uk/news/science/starship-troopers-the-fleet-keeping-mankind-in-space-794369.html
http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/4286086.stm
http://www.esa.int/esaMI/Launchers_Access_to_Space/SEM0LR2PGQD_0.html
à consquista do Espaço.
ainda bem que há entendimento entre as várias nações! progrediremos a um ritmo mais acelerado. os ETs devem ‘gozar’ connosco, no entanto, é um esforço admirável tendo em conta a nossa evolução.
Cargueiro?! Continua a não ter nada a ver com as minhas espectativas… Teria tido piada nos anos 70…
Enfim… Desencantos!
Outro assunto: Tu já és tag no que diz respeito ao Tibete e china. Vou começar a articular as minhas mensagens de impacto mais visual, com as tuas excelentes análises escritas, ok!
Viriato: Este projecto da ISS é nesse domínio bem exemplar! Como o é, também a ausência da China neste e o quanto isto mede as verdadeiras intenções desta no plano internacional…
Sá Morais: Bem… com esta tecnologia que a ESA provou agora deter podemos sonhar já com uma participação efetiva no Kliper e, até, dominar a tecnologia necessária para miontar em órbita uma nave tripulada para ir até Marte. O ATV vale mais como promessa do que por aquilo que realiza. Mas não deixa de ser – após o Shuttle – essencial à operação da ISS.