Bloomberg, o Mayor Republicano de Nova Iorque propôs recentemente a criação na sua cidade de uma “Taxa de Carbono”. Bloomberg defende as “taxas verdes” e é um crítico do mecanismo de comércio ou troca de emissões de carbono que está em vigor desde a assinatura do Protocolo de Kyoto, como defendem muitos ecologistas. Bloomberg levou contudo as suas propostas (especialmente radicais tratando-se um Republicano) até ao ponto de defender a transformação dos transportes públicos de NY em transportes gratuitos que seriam directamente financiados pela “taxa verde” a aplicar sobre os veículos privados que utilizassem certos sectores especialmente saturados da sua cidade.
De facto, embora pareça que os transportes individuais já são altamente taxados, na verdade o custo de conduzir um carro não está totalmente reflectido nos impostos que se pagam para o possuir e conduzir. Todas as taxas existentes sobre os automóveis só representam uma parte das consequências do acto de conduzir sobre o Ambiente, sobre outros carros (na forma de acidentes e de tempo perdido em engarrafamentos), sobre pedestres, ciclistas, gastos em gasolina ou diesel, etc. Há doze anos um estudo feito para a cidade de Nova Iorque concluiu que por cada dólar público que era gasto em estradas, túneis e na sua manutenção, mais os custos de funcionamento do sistema judicial e policial, e ainda somando a estes os custos de Saúde decorrentes dos tratamentos a vítimas de acidentes de viação, os automóveis só pagavam desse dólar inicial gasto pelo Estado, 65 cêntimos. Ou seja, na prática, havia um subsídio estatal de 35% a cada dólar gasto pelos privados a conduzirem os seus automóveis, o que implica que a carga fiscal não conseguia recuperar esse elevado de despesas e este “subsídio oculto”…
Bloomberg propõe começar com uma taxa de circulação a aplicar sobre os veículos particulares que circulem no centro de Manhattan, ressuscitando o chamado “Kiel Plan”, sugerido por um advogado percursor da causa do Ambiente, na década de setenta, e agora recuperado pelo Mayor. Bloomberg propõe uma taxa de 16 dólares a aplicar sobre cada carro que entre na baixa de Manhattan e 8 dólares para quem atravesse a zona.
A defesa por uma “Taxa de Carbono” em vez do actual “mercado de Carbono”, permitiria, segundo Bloomberg evitar a inevitável aparição de fenómenos de corrupção nos países vendedores de emissões, que serão obviamente os países menos industrializados e mais pobres do mundo… precisamente os mesmos onde se registam os maiores índices de corrupção e que este pode vir a potenciar.
De qualquer forma, algo tem que ser feito muito rapidamente, se é que não é já mesmo tarde demais para evitar um desastre global massivo! (ver AQUI) sendo segundo este painel de climatólogos impossível de impedir um aumento das temperaturas de dois graus, o tal temido ponto que irá desencadear uma alteração climática global, com a consequente subida do nível do Mar e uma imensa onda de fomes, através da ocupação de algumas das melhores terras agrícolas, na desaparição ou redução drástica de muitos países com baixas quotas de altitude com um impacto directo em centenas de milhões de pessoas nos países em vias de Desenvolvimento…
Fonte Principal:
The Daily Green
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