(Uma imagem de satélite da NASA mostrando o local da erupção, por debaixo do gelo, claro)
Um grupo de cientistas britânicos descobriu vestígios de um vulcão e provas de uma sua erupção recente (ocorrida à cerca de dois mil anos), assim como indícios de que este se encontra ainda activo e contribuindo para o cada vez mais evidente (e preocupante) fenómeno da redução da calota polar. A notícia surge no jornal “Nature Geoscience” sendo ESTE o artigo citado. Os dois cientistas que lideraram o projecto da “British Antarctic Survey” identificaram – pela primeira vez – um vulcão activo sobre os gelos polares, e tão activo que conseguiu mesmo penetrar a densa cobertura de gelo polar. De facto, esta actividade vulcânia pode explicar parte da espantosa redução de gelo registada nos últimos anos no Pólo Sul, e sobretudo a redução do glaciar “Pine Island” que cobre este vulcão. Ou seja, para além de toda a actividade humana para o Aquecimento Global, agora teremos também que equacionar este factor da vulcanologia polar como possível contribuinte para a redução desta calota, logo do aumento dos níveis do mar, da redução dos índices de reflexão para o Espaço de luz solar, etc, etc. Ou seja. Mais uma má notícia para o Aquecimento Global… E mais uma razão para continuarmos todos a reduzir o nosso consumo de energia e de carbono e para manter elevada a pressão sobre os Governos e as Empresas para reduzirem a parcela humana para o agravamento deste fenómeno.
A área onde esta erupção foi localizada tem estende-se por cerca de 23 mil metros quadrados e data de entre 207 e 240 anos a.C.
Fonte:
New York Times
Daily Archives: 2008/02/07
Vulcões por debaixo dos gelos do Pólo Sul…
Patriotismo e Nacionalismo
Frequentemente confundidos no discurso comum, “Patriotismo” e “Nacionalismo” são efectivamente dois termos bem distintos… Ambos apropriados injustamente por uma certa Direita, que se diz defensora dos valores tradicionais e de um tipo de conservadorismo imobilista que aparelhou demasiado bem com a forma portuguesa de sentir o mundo, imposta após o castramento colectivo imposto pela Inquisição e pelo ultracatolicismo de Dom João III.
Mas se “nacionalismos” há muitos… “patriotismo” só há na mente daqueles que encontram fundamento na existência de uma “Pátria” ou “Estado” concretos firmados ou existentes algures nas brumas da História. Isto é, se “nacionalismo” pode ser um sentimento difuso de pertença a algo que pode nunca ter tomado a forma física de um Estado estruturado e com limites físicos bem conhecidos, já o “patriotismo” exige a existência desse “locus” bem delimitado e cercado de estacas, sem o qual o conceito não pode sobreviver. A Pátria exige toda a carapaça e burocracia dos Estados para poder respirar: um corpus legislativo, uma mão armada (a Polícia ou o Exército) capaz de aplicar a violência de forma legal e em seu nome. A Pátria é em suma um valor estruturante e estrutural enquanto que a Nação é um conceito mais abstracto e sentimental, nem sempre espelhado na primeira. Aliás, Portugal é neste contexto uma autêntica bizarria… Portugal é o único país europeu onde as fronteiras territoriais correspondem às linguísticas, e estas, por sua vez, às nacionais. Excepção afinal que confirma a regra: nada deve confundir Nação com Pátria e se esta ocorre precisamente em Portugal é porque é daqui, desta Finisterra Ocidental prevista pelos profetas de Bandarra a Vieira que há-de nascer uma nova forma de sentir e viver a “Pátria”: a foram portuguesa de viver o mundo que outros quiseram reconhecer na forma do… “Quinto Império”.
Publicado também em Nova Águia
Comentários Recentes