“Em vez dos 72,5% conseguidos em 2003, o mais alto que a economia nacional conseguiu foram 69% em 1999.”
(…)
“A economia nacional tem estado a marcar passo desde 1999.”
(…)
“Por um lado, são más notícias para a análise do processo de convergência portuguesa desde a adesão à Comunidade Económica Europeia (CEE) em 1986, porque o aparente bom desempenho conseguido na década de 90 não terá sido tão favorável como se pensava. Mas por outro lado, a quebra que tanto se falava a partir de 2003 não é mais do que uma quase estagnação a partir dos anos anteriores.”
(…)
“No ano passado, de acordo com as estatísticas divulgadas esta semana, a riqueza média por habitante em PPC (Paridade de Poder de Compra) caiu de 76% para 75% da média europeia considerando os 27 Estados membros. Desde 1999 que Portugal está em rota de divergência.”
Fonte: João Silvestre, in Expresso de 22 de Dezembro de 2007
Vejamos… Apesar da injecção massiva de milhares de milhões de contos provenientes dos países do norte da Europa, da cessação de várias e crescentes parcelas de soberania a partir de uma entidade supra-nacional, não-eleita (a Comissão Europeia) e logo não-democrática e, sobretudo, depois de um processo de adesão que nunca foi referendado, afinal, Portugal não beneficiou tanto quanto se pensava da sua adesão à União Europeia (então CEE) em 1985… E, outro mito, de que a “crise” (de facto, estagnação) tinha começado apenas em 2003, depois dos dislates e da incapacidade para decidir de António Guterres (que enfastiado abandonara o “pântano” da política portuguesa, trocando-o por uma prebenda na CGD). Mas de facto, o problema não começou em Guterres e é ainda mais profundo e estrutural: Portugal simplesmente não se consegue adaptar aos padrões de “Desenvolvimento” e às matrizes económicas que lhe são impostas do exterior, pelos “Estrangeirados” de hoje ocuparam todas as cátedras das faculdades de Economia deste país… Não está mal este país, nem estes seus portugueses… O que está mal é esta insistência infrutuosa para uma deriva para uma sociedade de produtores-consumidores, onde se é tanto, quanto se tem, onde “Trabalhar para Viver” é transformado em dogma religioso, em vez do “Viver para Trabalhar” agostiniano que caracterizou a medievalidade portuguesa e o período dourado dos Descobrimentos e da Expansão… Portugal e os portugueses, na sua alma mais profunda não foram simplesmente formatados para cumprirem os ditames destas novas “regras de Mercado” que lhe dizem agora serem incontornáveis e inevitáveis, e enquanto tentarem sê-lo, enquanto não assumirem a sua profunda diferença destas civilização de “bárbaros e loiros” do Norte nunca poderemos cumprir o nosso verdadeiro papel no Mundo, que é o de fazer cumprir o Quinto Império, unindo primeiro toda a lusofonia, depois toda a latinidade e, por fim, todo o ser humano, numa única Sociedade multiforme, Local, Livre e… gratuita, onde todos trabalham apenas por prazer e coexistem pacificamente com a Natureza.
Comentários Recentes