Varela Gomes julga reconhecer nas sete dezenas de estelas inscritas cónias traços que permitem adivinhar influências do Mediterrâneo Oriental, nas suas palavras: “Originária do Leste do Mediterrâneo, encontra paralelos nas escritas minorasiáticas da Lídia, Licinia, Cária e Frígia, no grego arcaico (eólio e jónio) e no etrusco, revelando uma raiz comum no modelo semítico da Síria do Norte.” Opinião semelhante – ainda que mais precisa na sua preferência pela origem etrusca – é a de Antonio Guadan. Este numismata defende que a escrita penetrou na Península a partir da sua região Ocidental, do Sudoeste Ibérico, subindo depois o curso do Bétis a escrita chegaria às outras populações peninsulares. Mas também os cónios se situavam no Sudoeste e mantinham com Tartessos relações muito próximas, conforme escrevia o mesmo autor castelhano: “as inscrições do Algarve, que poderiam ser os seus mais longínquos protótipos”.
O posicionamento da Escrita Cónia no ramo afro-asiática, quando ao sistema de escrita, é manifesta, mas não encontramos vestígios etruscos e anatólicos suficientes para poder pensar em qualquer tipo de relação genética que a possa colocar entre os diversos alfabetos gregos do Mediterrâneo Oriental.
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