Quem teve já o prazer de ver um dos melhores filmes do Século XX, o “Dr. Strangelove” (”Dr. Estranho Amor”) de Stanley Kubrick deve lembrar-se que a história mencionava uma “Bomba do Fim do Mundo“, uma arma gigantesca de cobalto concebida para ser detonada se a União Soviética fosse atacada com armas atómicas e que tornaria inabitável toda a superfície terrestre. A história pretendia ser de ficção, mas… um artigo da revista Times cita ESTE livro (”Doomsday Men: The Real Dr. Strangelove and the Dream of the Superweapon”) menciona a construção de uma rede subterrânea capaz de resistir a qualquer ataque nuclear dos EUA e contendo no seu âmago um computador de nome “Perimetr”. Segundo o autor, P.D. Smith o sistema teria entrado em operação apenas em Janeiro de 1985 e deveria monitorizar qualquer detonação nuclear sobre o território da União Soviética e alertar para qualquer falha nas comunicações com o Kremlin, em Moscovo. Se fosse detectada uma detonação e não houvesse comunicações o sistema pediria a aprovação humana para um posto de comando subterrâneo onde o oficial no comando tomaria sózinho a decisão final ou não… de… activar uma resposta nuclear ao ataque americano.
Por outro lado… Numa edição do Washington Post de 2003, o investigador Bruce G. Blair, um antigo oficial de uma estação ICBM dos EUA (hoje um especialista internacional em armamento russo) revelou que os ICBMs americanos tinham alvos designados na Rússia e na China, sobretudo em silos de lançamento e em postos de comando, nomeadamente em Yamantau (Google Map) e Kosvinsky (Google Map ) onde foram desenvolvidos grandes trabalhos de construção envolvendo dezenas de milhar de trabalhadores e atentamente monitorizados pelos satélites de vigilância americanos. Blair acrescenta que o Perimetr estaria em Kosvinsky e que o operador humano que teria a cargo a tal “decisão terminal” poderia num único comando lançar todo o arsenal nuclear russo.Não existem certezas… Mas este sistema de 1985 ainda parece existir e, francamente, se a Rússia recomeçou os vôos de bombardeiros nucleares não é provável também que este sistema tenha sido reactivado, isto admitindo que alguma vez esteve mesmo desligado? E já agora… Imaginemos que aqueles rapazes barbudos da Chechénia conseguem pôr as mãos sobre um engenho nuclear e detonar o dito algures na Rússia isso não vai tocar uma campaínhas algures neste bunker em Kosvinsky? Esperemos então que as linhas com Moscovo estejam livres nesses 15 minutos críticos…
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