A permanência da língua pré-romana está intimamente ligada à manutenção dos demais traços da cultura subjacente. Onde mais prolongada foi a resistência desta, mais tempo durou o emprego da língua indígena.
Vimos que no Sul. Já frequentado, anteriormente aos Romanos, pelas navegações fenícias e gregas, maiores raízes criou a civilização dos conquistadores. A florescente Bética, não muito depois da conquista, se tornara uma segunda Roma. Não surpreende, pois, o testemunho do geógrafo Estrabão, que da Bétis, “adoptaram de todos os costumes romanos, e até nem já se lembram da própria língua.”
Muito diferente, porém, era o panorama das populações mais ao Norte. Aí só lentamente se foi infiltrando a romanização, e, como consequência, até bem tarde perduraram os costumes e a língua dos antepassados. Desse facto, evidenciado por elementos arqueológicos e etnográficos, só temos, quanto à língua, documentação muito precária. É a de Tácito, quando nos refere que um camponês da Tarraconenese, preso por causa de um assassínio de um pastor “uoce magna sermone patrio frusta se interrogari clamitauit”.
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