(A “criança-modelo” de 12 anos australiana Maddison Gabriel in http://www.dailymail.co.uk)
“É o nome de uma espécie de cidade no Novo México para onde foram enviadas 40 crianças com idades entre os 8 e os 15 anos. Pois ali viveram e se desenvencilharam durante 40 dias (a coincidência do número de dias com o das crianças deve ter algo perfidamente cabalístico) com o fito de criar uma sociedade “sem adultos”, que há-de alimentar mais um reality show na cadeia de TV CBS.”
(…)
“Assinaram contratos draconianos com a CBS e aceitaram não apenas remeter-se ao silêncio perpétuo (os direitos sobre as histórias dos miúdos são da CBS para toda a eternidade e “em todo o universo””
(…)
“neste momento em plenos Estados Unidos, há 40 jovens escravos cedidos pelas respectivas famílias para alimentarem o circo global com rodadas consecutivas de diálogos cândidos ou “fortes, gritarias, choros, disputas, etc.”
(…)
(Promoção do “Kid Nation” no You Tube)
Nuno Pacheco
Público de 28 de Agosto de 2007
Em primeiro lugar sou claramente contra a exploração de trabalho infantil, e repugnam-me vivamente estas excepções que são concedidas no dito “meio artístico” a crianças e adolescentes que trabalham ora no mundo da Moda (ver AQUI) ou no Mundo do Espéctaculo (ver AQUI). Frequentemente, estas excepções – cometidas frequentemente a favor da “Arte” – mas que de facto servem apenas para promover situações de escravatura de que beneficiam agentes, empresas e pais ou tutores sem escrupulos raramente beneficiam efectivamente as próprias crianças e descartam delas a natural progressão até à idade adulta, amadurencendo-as prematuramente, deixando fortes mazelas psicológicas e criando adultos insatisfeitos e frustados já que quase nunca o sucesso infantil se consegue transpôr até à idade adulta… Simplesmente, a prioridade não devia ser vender roupas ou sapatos ou organizar espectáculos de música ou de teatro/cinema se estes empregam crianças-trabalhadoras. Moralmente, poderão conceder-se excepções, mas não vejo onde o Sofrimento provocado inevitavelmente nessas crianças possa retirar Sofrimento em maior dose a terceiros, e logo, seguindo o princípio Utilitarista, estas actividades laborais infantis não deviam ser toleradas, nem sequer permitidas à luz da Lei (permitindo-se excepções bem delimitadas no Espaço e no Tempo).
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