Uma lei aprovada recentemente no Parlamento Britânico torna possível a inauguração de uma nova disciplina para os alunos de entre os 11 e os 16 anos dedicada ao ensino de conceitos de gestão financeira pessoal e a noções básicas de Economia… A nova disciplina, designada de “Bem Estar Económico e Capacidade Financeira” tenciona ensinar às crianças e adolescentes a melhor forma de gerir os seus rendimentos, assim que entrem no mundo laboral, como abrir uma conta bancária, como contrair e pagar um empréstimo, etc. A medida reveste-se de bastante interesse, especialmente no contexto britânico onde o mercado da habitação é profundamente disfuncional (Gordon Brown anunciou recentemente a intenção de construir 4 milhões de novas casas para aplacar a “bolha imobiliária”) e onde – em média – os jovens deixam o Ensino Superior com uma dívida pessoal de mais de 22 mil euros…
Por cá, uma disciplina idêntica seria igualmente interessante, já que os preços do dinheiro (juros de empréstimos para compra de casa e de consumo) não param de subir, assim como o nível de endividamento das famílias e o pernicioso e malévolo universo das “empresas de crédito pessoal”… Mas como saberão aqueles que mais lêem estas paragens quintanas, não advogamos o aumento da carga disciplinar ou horária do ensino, mas sim a sua redução e simplificação… Assim aquilo que defendemos é no esteio do pensamento agostiniano, a redução do plano curricular do secundário e do primário (fundidos num só nível) a três disciplinas: português, matemática e artes. Depois, haveria uma série de “tutores”, um para cada disciplina paralela, opcional e motivada apenas depois da criança/adolescente ter expresso o seu interesse próprio, autónomo e independente para a aprender… Esta cadeira, ou uma sua equivalente, seria uma destas desta rede de “tutorias”, conseguindo-se assim a proeza de simplificar e potenciar o Ensino, e alimentando nas crianças as suas duas mais poderosas características: a Curiosidade e a Espontaneidade.
Fonte: El Pais; 15 de Julho de 2007
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