Embora na altura da adesão à União Europeia, os dirigentes búlgaros e romenos se tivessem multiplicado em declarações assegurando que não havia uma “marcha para Oeste” dos seus cidadãos, efectivamente, não é isso que está a acontecer… Ao Reino Unido, somente, afluem 70 mil búlgaros e romenos por mês (Junho de 2007)… Um número que ultrapassa em muito os 30 mil visitantes registados em Junho de 2006. Destes, uma parte serão verdadeiros turistas, mas a maioria está a procurar trabalho no Reino Unido e nos demais países europeus do Ocidente, e sinal disso mesmo é o facto de uma das ocupações profissionais mais comuns nestes visitantes ser a de… “profissional circense”.
Os cidadãos dos países europeus e de outras origens não devem ter que procurar no exterior emprego ou alternativas para uma vida melhor… Idealmente deveriam ser criados mecanismos para lhes propiciar no local as devidas condições para viverem dignamente. A abertura de fronteiras implícita à adesão destes países – ainda que com limitações – vai desviar para fora da Roménia e da Búlgaria alguns dos seus mais dinâmicos elementos e parte significativa da juventude que ainda resta, removendo condições para promover o desenvolvimento local… É claro que a envelhecida Europa precisa de emigração para compensar a sua estagnação demográfica, e estes influxos migratórios são necessários e devem ser estimulados, mas o facto de existirem com esta dimensão implica o falhanço do modelo de desenvolvimento seguido nos seus países de origem, especialmente na Roménia, país que aderiu de forma tão cega e obediente aos dogmas neoliberais e que continua a não conseguir cativar a sua população apesar de indicadores macro-económicos supostamente animadores.
Fonte: Daily Express, 12 de Julho de 2007
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