Google foi obrigado por um Tribunal Federal dos EUA a não mostrar imagens de nudez. Como não há maneira de nenhum programa detectar nos bits e bytes que compõem um ficheiro de imagem, isso significa que o Google terá que ter alguém a ver… imagem a imagem, abrindo assim vagas para quem esteja disposto a sacrificar-se em prol do superior interesse da companhia e passar o dia inteiro a ver pornografia… sendo pago para isso. Há sim. E o contrato de trabalho tem uma alínea onde se escreve “89º – O funcionário compromete-se a nunca ficar excitado durante o seu horário de trabalho.”
O processo começou numa queixa que a empresa de conteúdos “Perfect 10” sobre várias imagens pornográficas presentes no seu site e que estariam indexadas pela Google, na sua versão de busca por Imagens. Alegavam os pornógrafos que desta forma a Google teria violado os seus direitos de autor e com esta decisão judicial e segue-se a uma outra derrota da Google nos tribunais resultante de uma queixa de vários jornais belgas (ver AQUI) contra a presença de cabeçalhos de títulos seus no serviço “Google News” obrigando a empresa a obter primeiro o consentimento das fontes antes de os publicar (o que aliás, me parece acertado, já que a Google vende publicidade sobre esse serviço, mas não cria o conteúdo apresentado).
Mas a decisão do Tribunal foi anulada pelo Tribunal de Apelos (“U.S. Court of Appeals“) permitindo finalmente a Google de exibir as ditas imagens… Alegando que os thumbnails de imagens pornográficas ou eróticas (sabe-se lá qual é a diferença) caiam dentro do “uso justo” das ditas no âmbito de um processo de busca como o de um motor de busca e que não violava o Direito de Autor das fotografias dado que cumpria uma finalidade diferente daquela das fotografias originais.
E assim se safou a Google de ter que ver, editar e aprovar uma a uma as… 1,2 biliões de imagens que constam no seu índice! (ver AQUI), o que convenhamos… é um trabalho e pêras, mesmo quando se trata de ver se cada imagem é ou não pornográfica, o que de facto, poderia fazer recrutar uns tantos voluntários para a tarefa, temos que admitir…
Fonte:
Washington Post
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