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Relia eu o excelente “Phantom Islands of the Atlantic” de Donald S. Jonhson que certo “momus” me ofertou em tempos idos quando deparo com esta passagem (traduzida):
“Em 1636, um certo capitão Rich reportou ter avistado a ilha [Brazil (não confundir com “Brasil”] para além da costa da Irlanda com “um porto, e terras cultivadas no interior”, mas quando tentou um desembarque, ela “desapareceu na neblina”. Outro relato vem de 1644 de Boullage Le Gouz, que afirmou que “a três milhas do seu navio viu a ilha fantasma, com árvores e gado”. T. J. Westropp, o autor de um artigo sobre a ilha de Brazil, afirmou t~e-la visto pessoalmente três vezes. O último avistamento ocorreu no Verão de 1872. Era “uma tarde clara, com belo pôr-do-sol dourado, quando mesmo no momento em que o Sol se punha, uma ilha negra apareceu subitamente no horizonte, longe no mar, mas não no horizonte. Tinha duas colinas, uma arborizada; entre elas, numa planície baixa, erguiam-se torres e rolos de fumo”. Outros, navegando com ele, incluindo a sua mãe, todos “viram-na ao mesmo tempo… com uma aparência tão realista.” (página 117)
“Uma carta muito longa escrita em 1675 por William Hamilton de Derry contem um dos relatos mais detalhados de O’Brazile. Endereçada ao seu primo vivendo em Londres, a carta explica porque é que um outro primo comum, Mathew Calhoon, tinha requerido a Charles I de Inglaterra a concessão de uma patente de propriedade para a ilha encantada de O’Brazile. Calhoon acreditava que “a ilha tinha sido completamente descoberta… e o encantamento quebrado.” Hamilton relata como a ilha tinha sido encontrada pelo capitão John Nisbet de Killybegs, em County Donegal, Irlanda, em 1674. Em Setembro desse ano, Nisbet Donegal, encheu vários navios com manteiga, sebo e couro e velejou para França; na viagem de regresso comprou vinhos franceses. Quando estava perto da costa da Irlanda na volta de regresso, e exactamente quando o Sol se estava a levantar, “subitamente caiu o mais terrível e espesso nevoeiro sobre o mar, que continuou durante três horas”. Então, tão subitamente como tinha surgido, levantou-se. e ele e os seus homens encontraram-se numa costa desconhecida. Estas eram águas familiares aos marinheiros, mas este lugar era-lhes completamente novo. Uma vez que o vento os estava a levar perigosamente perto de terra, com rochedos não muito longe, sondaram o fundo do mar e ancoraram com três braças de profundidade.
Quatro dos oito tripulantes foram a terra. Depois do desembarque, atravessaram “um pequeno bosque… e encontraram um vale verde muito agradável cheio com muito gado, cavalos e ovelhas alimentando-se. Viram um castelo muito forte e dirigiram-se a ele para procurarem saber onde estavam e o que deviam fazer. Mas ninguém lhes respondeu às suas pancadas na porta, nem ouviram algum som de alguma criatura – nem sequer o ladrar de um cão. Passaram o resto do dia explorando a ilha, e embora vissem muitos animais, não havia ninguém a quem perguntar onde estavam. Com a aproximação da noite, regressaram para a costa e dizeram uma fogueira para se aquecerem do frio. Imediatamente, ouviram um “som terrível e hediondo” vindo de toda a ilha, mas especialmente do castelo; terrificados, apressaram-se a ir para o navio. Na manhã seguinte, logo que o Sol subiu, um homem idoso e os seus seguidores apresentaram-se na costa da ilha. Os marinheiros aprenderam então que os antepassados do ancião tinham sido outrora príncipes nesta ilha, chamada O’Brazile, mas que ele e outros tinham sido “tiranicamente encerrados no castelo pelas artes maliciosas de um negromante” que amaldiçou a ilha, tornando-a inútil e invisível a mortais. Mas agora, o “feitiço de encantamento fora quebrado [pelo fogo], o tempo maldito tinha expirado” – eles eram agora livres do aprisionamento, e a ilha podia ser de novo visível para sempre.”
O relato em si mesmo é merecedor de alguma credibilidade… Mas sobremaneira curiosa é a referência à realidade da Ilha e em como esta se tornara invisível pela acção de um “negromante” (feiticeiro) e que depois se teria libertado desse encantamento através da ignição de um fogo nas suas margens… Hum… Isto não provoca nas vossas mentes um certo eco?
Lembram-se da explosão de luz branca em que terminou a Season 2 do Lost? E a sugestão de que a partir daí, ou durante a duração da mesma, a Ilha teria ficado novamente visível ou presente no “mundo real”? Será que esta lenda da O’Brazile serviu de inspiração aos criadores de Lost? Bem provável, já que aqui se fala de um grupo de ilhéus (a Dharma?) que é submetido e aprisionada num Castelo (uma Estação Dharma?) e que é salva por alguém vindo do mundo exterior (os Sobreviventes)… Sendo esta uma narrativa do mundo anglosaxónico, pode bem estar entre as influências dos criadores de Lost (Perdidos):
Carlton Cuse
Carlton is a writer and executive producer on LOST.
J.J. Abrams Bio
A biography of J.J. Abrams, creator and writer for LOST.
Damon Lindelof Bio
A biography of LOST creator, Damon Lindelof.
Jeffrey Lieber Bio
A biography of Jeffrey Lieber, co-creator of LOST.
Para conhecer melhor as suas biografias, clicar AQUI
E o facto da lenda se referir à Ilha Mítica “O’Brazile” terá algo a ver com a introdução do actor brasileiro Rodrigo Santoro e à aparição de dois brasileiros precisamente na última cena da Season 2 e onde estes falam um com o outro em… português do Brasil?
Coincidências?…
Acha que o mito da O’Brazile pode ser uma influência dos produtores de Lost? 1) Sim 2) Não |
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