Ainda sobre o atentado simultâneo contra vários aviões comerciais que os Serviços Secretos Britânicos teriam evitado uma declaração, repetida várias vezes acriticamente pelas nossas televisões chamou-me em particular a atenção:
“A polícia britânica afirmou que teriam provocado “mass murder on an unimaginable scale” (assassínio de massas a uma escala inimaginável).
O plano parecia pretender fazer explodir nove aviões comerciais em pleno vôo, o que de facto provocaria uma grande número de vítimas inocentes, mas o termo utilizado pelas fontes oficiais (que deveriam evitar o Pânico e uma resposta emotiva) parece cumprir uma determinada agenda política… Como se fosse do interesse das autoridades britânicas a manutenção difusa da ameaça islâmica radical… Embora sejam um número impressionante, os 2000 a 3000 civis que seriam mortos nos atentados correspondem ao número de iraquianos mortos no Iraque em Julho, são ligeiramente superiores aos mortos do actual conflito israelo-libanês e é semelhante ao número de total de soldados americanos mortos pela Resistência no Iraque… O número seria também inferior ao total de vítimas do 11 de Setembro.
Onde está o “inimaginável”?
Parece que esta escala de mortos está a tornar-se até – pelo contrário – demasiado banal.
Ou será que era “inimaginável”, porque eram dos “nossos” e os outros mortos, são dos “outros”?… Mas o Sofrimento humano não é igual em todo o lado?
Dito isto, folgo em saber que os britânicos têm ainda a capacidade para impedir estas conspirações, o que me tranquiliza, mas sei também que as investigações começaram a partir de uma denúncia feita por um jovem muçulmano que suspeitou da conduta de um seu parceiro de oração na mesquita, algo que não tem sido noticiado como devia… Isto é, os “Outros”, não são todos… “Outros”.
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