Este foi o último episódio de Lost (Perdidos) por muuuito tempo… Nos EUA devem arrancar para a semana as filmagens da nova série de episódios, o que quer dizer dizer que só lá para finais deste ano é que talvez a RTP nos premeie (se nos portarmos bem… 😉 com novos episódios…
Para último episódio da S2, este S2E23 (que a RTP decidiu emitir em duas partes) deste domingo não deixou muita clarificação, mas suponho que essa é a maneira dos produtores manterem o interesse na série até ao último e “final” episódio… E cá vai a nossa “listagem” de achados:
1. Desmond diz a Locke a propósito da dinamite que Eko coloca na porta blindada: “It would take an atom bomb, brother. Tell him not to bother.”
2. Num flashback, Desmond (que joga neste episódio um papel central) desencadeia um falso lockdown mas bloqueia uma das portas com um carro metálico deixando espaço suficiente para passar por baixo e aceder à sala de controlo e ao espaço residencial da Estação Cisne. Kelvin, o companheiro de Desmond na Estação, trabalha no mapa das Estações que Locke tentou reproduzir e que um tal Radzinski (o companheiro original de Kelvin) teria começado. A informação reunida no mapa seria assim produto das explorações de Kevin e deste Radzinski na Ilha, e não do próprio Desmond, como supûs… Estes dois parecem ter tido contacto em primeira mão com a Dharma e muita da informação reunida no mapa seria assim de sua própria origem… Uma das razões do suicídio de Radzinski poderia ser a própria retirada da Dharma da Ilha, ocorrida algures na década de 70, deixando-os par trás para… carregarem nas teclas.
3. Existe no subsolo da Cisne um dispositivo controlado por chave que tinha Kelvin e que Desmond herdou depois da sua morte. Um sinal sobre este dispositivo diz “Caution: System Termination”. E ocorre aqui um dos momentos mais reveladores do episódio… Quando Kelvin explica a Desmond que atrás da parede de cimento da Estação existe uma fonte de electromagnetismo “geologicamente única” e detalha que o “Incidente” a que o filme educativo da Dharma alude seria uma “fuga” e que “agora a carga aumenta e cada vez que carregamos o botão, descarrega antes de se tornar demasiado alta.” E regresso assim à minha tese inicial do “Miniburaco negro” enclausurado num anel “tokamak”… Este seria a “anomalia geológica” guardada por detrás do muro de cimento.
4. Quando Sayid chega ao suposto acampamento dos Outros (que Desmond chama de “hóstis”, seguindo o exemplo de Kelvin) encontra tudo abandonado e vazio, como se de um cenário abandonado se tratasse… A própria porta de uma possível nova Estação Dharma revelasse mera decoração, tendo atrás de si, uma barreira de rocha… Assim, os Outros teriam a sua base verdadeira noutro local da Ilha, provavelmente no seu centro, que parece guardado pelo “monstro” e de onde eles parecem vir quase sempre.
5. O grupo conduzido por Michael até à armadilha dos Outros encontra centenas ou milhares de contentores de registos da Estação Pérola, na extremidade do sistema de comunicações pneumáticas que Locke viu nessa “Estação Psicológica”… Assim se esclarece a questão se haveria ou não uma “Estação Dharma central” e qual seria a verdadeira estação psicológica na Ilha… Não era a Estação Cisne, mas a própria Pérola… Isto é, seriam os observadores os observados e medidos e não vice-versa e a Dharma parece mesmo ter abandonado completamente a Ilha, com excepção dos abastecimentos que com o seu logotipo são deixados periodicamente cair na Ilha.
6. O grupo conduzido por Michael ouve depois os mesmos múrmurios da Season 1 (e que não tinham aparecido ainda na Season 2) repetindo claramente a palavra “Elizabeth”… Não era este o nome do iate de Desmond? Haverá relação entre esta rica Elizabeth e o pai e a Ilha? Será este um membro da Hanso Foundation?
7. Num flashback, Desmond descobre que o fato de isolamento biológico de Kelvin tinha uma ruptura… E mais tarde, que este o tira fora da Estação… Assim se revela que o embuste da “quarentena” biológica é isso mesmo… um embuste. Mas então, qual a razão das vacinas da Estação Caduceu e as histórias da francesa e da doença que teria vitimado os seus colegas náufragos?
8. Aparentemente, o último “System Failure” na Estação Cisne ocorreu a 22 de Setembro, uma data que Desmond encontra nos mapas que Locke trouxe da Estação Pérola na forma: “922044:16”, com as palavras “SYSTEM FAILURE”. Esta seria então a causa do evento que levou ao despenhamento do Vôo 815 da Oceanic onde estavam os sobreviventes… Isto é, o avião seria vítima da anomalia magnética da Ilha, sendo “puxado” para o solo, ou tendo os seus equipamentos electrónicos (por IMP?) destruídos no evento. Outros incidentes semelhantes poderiam explicar a presença na Ilha doutros sobreviventes, como o grupo francês, o iate de Desmond e o próprio navio esclavagista…
9. No cais de embarque onde os Outros detêm o grupo de Jack existe um letreiro que diz “Pala Ferry”, como se a Ilha tivesse tido um terminal marítimo funcional nas últimas décadas… Pala era o nome de uma ilha fíctica descrita por Aldous Huxley no seu livro “Ilha”. Pala seria uma espécie de contraste com a Distopia descrita pelo autor em “Admirável Mundo Novo”.
10. Depois de Desmond rodar a chave no dispositivo a Ilha é envolvida num clarão branco e violeta, acompanhado de um som muito intenso. O fenómeno dura alguns segundos e depois abranda até desaparece. Somente o líder dos Outros (“Henry Gale”) não parece surpreendido com o incidente. Esta descarga de fotões será o resultado da anomalia magnética da Estação Cisne? Neste momento houve contacto com o mundo exterior (a anomalia foi detectada no exterior) será a Ilha então um imenso “Filadelphia Experiment”?
11. Michael foge com Walt no barco dos Outros devendo seguir um rumo de 325 graus para chegar ao mundo exterior e Henry avisa-de de que uma vez que tenha deixado a Ilha não poderá mais voltar… Que rumo é este? A caminho das Fijii que Desmond diz serem o arquipélago mais próximo da Ilha?
12. A última cena do S2E23 é provavelmente a mais espantosa de todas as duas séries… Decorre numa instalação provisória algures numa região gelada e envolve dois homens que falam… a língua portuguesa, aparentemente, na sua versão brasileira, o que me faz suspeitar que decorre no Pólo Sul (onde o Brasil envia regularmente expedições e mantêm uma base permanente). Os dois brasileiros jogam xadrez quando são interrompidos por um alarme, que antes devem ter ignorado porque um diz “A gente não percebeu de novo, eles vão matar a gente”, referindo-se talvez ao incidente do Vôo 815. O alarme diz “>\ 7418880 Electromagnetic Anomaly Detected” e fazem uma chamada para… Penny, a amada de Desmond que ainda o procura e que estaria por detrás da missão destes dois homens… Curiosamente o número 7418880 é o resultado da operação de multiplicação de… 4x8x15x16x23x42… Será que o valor é um valor de intensidade magnética? Esta cena é também a primeira que se refere ao mundo exterior, como estando “ainda lá fora”… E lá se vai a tese do mundo dos mortos (que eu preferia)…
P.S.:
a) Não sei se alguém reparou… mas eu vi… Quando Kate é erguida do chão por Alex, numa das cenas finais, Alex ergue-a agarrando-a… pelos seios. Alex muda rapidamente de posição, mas ainda dá para ver o sorriso de Kate… O realizador deve ter deixado passar esta gaffe para salvar o Take, pelos vistos…
b) A imagem que escolhi para decorar este Post pertence à campanha promocional da Season 3… E nela, aparece Michael… Por isso, ou ele não conseguiu sair da Ilha, ou voltou para trás, esmagado pelo arrependimento (e bem que devia estar!)
Comentários Recentes