LOST (Perdidos)

O último episódio de Lost não foi daqueles que nos inundam de informações sobre os mistérios da série… Aliás, basicamente deixou dois pontos que gostaria de comentar, e pouco mais:

1. O falso Henry Gale foi enviado pelo líder máximo dos “Outros” (não pelo líder local das falsas barbas que aparece no episódio da “Estação Caduceu”), para levar consigo, voluntariamente, John Locke… Para os “Outros”, ele “é um dos bons”… Ana Lucia não seria (embora os “Outros” tivessem hesitado nessa classificação), e por isso tem, enfim, o fim que tem… Como distinguirão os “Outros”, os “Bons”, dos “Maus”? Nos ataques aos grupos de sobreviventes os Outros andavam com listas em papel… Sabiam, portanto, com anteciapação, onde encaixava cada um dos sobreviventes… E isto fez-me recordar o ciclo de Farmer sobre o “Mundo do Rio”… Neste mundo artifical, construído pelos “Éticos”, todos os seres humanos de todos os tempos (e não só) são ressuscitados por meios técnicos, esperando os senhores desse mundo que cada uma das almas (Aura) surja nos seus sensores num certo aspecto que indicia que a pessoa já passou a barreira e se tornou… Boa… Mundo dos “mortos”… Pessoas Boas e Más… Coincidências?

2. O falso Henry Gale diz que o “chefe supremo” que o enviou “não é um homem que perdoa”… Tratar-se de A. Hanso, o fundador da Fundação Hanso que esteve na origem da Dharma Initiative?

3. O impopular e frequentemente caprichoso Michael tem neste episódio um comportamento que indicia ter mudado de lado… Relata os “Outros” como vivendo em tendas de lona e comendo peixe fumado, mas desde o episódio da “Estação Caduceu” que sabemos que os “Outros” apenas usam disfarce e não são nenhuns primitivos isolados no interior de uma Ilha… Afirma que os “Outros” são 22 e que nem todos têm armas, o que pode contudo ser verdadeiro… E no final, mata Ana Lucia e dá um tiro no ombro, provavelmente para justificar a morte de Henry Gale (que dissera antes que o “Chefe” o mandaria matar) sem levantar suspeitas e permanecer infiltrado no grupo de Sobreviventes… A minha aposta é que Michael age coagido por ameaças à vida do seu filho… Por isso diz “desculpa” quando mata Ana Lucia e chora depois…

As “Quatro Verdades”, pedra basilar do Budismo

A primeira das Quatro Verdades, é que tudo, absolutamente tudo, na vida, é sofrimento (Dukkha, em Páli).

A segunda Verdade, explica a origem do sofrimento, que é, simplesmente, a ignorância do Homem, e nomeadamente, a ignorância espiritual do Homem, com as Paixões que daí resultam e que levam o Homem a actos egocentristas negativos. São estes actos que encerram o Homem no ciclo do Samsara e que o levam a renascer vez após vez, sem nunca o conseguir quebrar.

A terceira Verdade indica a possibilidade da cura do Sofrimento, pela eliminação da ignorância e pela consequente extinção das Paixões que destroem a vida e – frequentemente – todos e tudo aquilo que rodeia o Homem.

A quarta Verdade é por fim, o Caminho (Dharma) que indica ao Homem o percurso que pode seguir para quebrar o ciclo do Sofrimento e dos renascimentos sucessivos (Samsara).

Bibliografia:
Introdução ao Budismo, Dennis Gira
O Budismo Tibetano, Dalai Lama
Quem é o Buda? Sangharakshita
Breve História do Budismo, Andrew Skilton
Psicologia e Religião Oriental, C. G. Jung