34. Vezes sem conta o prazer e o desagrado foram para mim ocasião de mal agir. Como pude esquecer que um dia teria de abandonar tudo e partir?
35. Os que me incomodaram já cá não estarão, os que me agradaram também não, e até eu já não existirei, aliás, nada subsistirá."
36. O que agora apercebo não passará de uma lembrança, tal como as coisas que nos atravessam os sonhos, passageiros, fugazes… nunca mais as veremos.
37. Durante a minha permanência neste mundo, muitos se foram, uns amigos, outros inimigos, mas o mal que cometi por causa deles continua sempre presente, como uma ameaça que não me larga.
38. Estou de passagem nesta terra, foi isso que não compreendi. Quanto mal não cometi por desvairo, por afeição ou por ódio.
39. Noite e dia, sem parança, a vida vai escorrendo e nenhum ganho a fará crescer: é tão inevitável morrer!"
página 40
"O Caminho para a Iluminação" «Bodhicaryavatara» de Shantideva; Livros e Leituras; Lisboa; 1998.
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